segunda-feira, 29 de abril de 2019

O FADO

Andar nas ruas de Lisboa é conhecer a sua história. Dos seus amores, do fado vadio, das janelas escancaradas onde alguém espreita, da mulher de lábio carnudo pintado de vermelho berrante que te interpela, na rua esconsa, para um convite sedutor, da rivalidade entre bairros lutando pela primazia de onde surgiu o fado, se na Mouraria, se em Alfama.

Ah, o fado. De início de faca na liga, das tabernas de vinho e fumo, do absinto que corria pelas gargantas, da saudade, dos marginalizados da sociedade. E tal como o tango na Argentina, começou a ocupar o seu espaço entre gente cosmopolita de fraque e cartola, de bengala chique na mão e aba de camisa levantada.

Das meninas de salão que não queriam ouvir o fado coisa de meretrizes de bairro e não de meretrizes da alta sociedade a que pertenciam.

Ninguém melhor 'retratou' o fado que José Malhoa. Ela, Adelaide, mulher de má vida, conhecida por Adelaide da Facada (exibia no rosto uma cicatriz desenhada a navalha), ele, Amâncio, afamado marginal, um desordeiro violento que José Malhoa teve que meter cunhas no Governo Civil para o libertar da cela, para poder concluir o quadro.

Esta encontrei-a numa parede da Tv. Almargem em Alfama, melhor fosse que estivesse na Mouraria, mas quem sou eu, pobre e iletrado em matéria de fado, meter-me em seara alheia.

Então deixemos o fado a quem de fado percebe, e olhemos para o fado que as ruas de Lisboa nos dá.

sexta-feira, 26 de abril de 2019

Mouraria em vídeo

Rua do Capelão, imagens de fadistas que estão nas suas paredes, a casa da Severa, o Largo da Severa, a Rua da Guia onde está um busto do Fernando Maurício, o 'Rei' do fado, o Beco do Jasmim, a Rua da Amendoeira... e um fado muito antigo, o "Novo Fado da Severa (Rua do Capelão)", cantado por Dina Teresa.

Dina Teresa foi a atriz do primeiro filme sonoro português "A Severa", realizado por Leitão de Barros, em 1931

https://arquivos.rtp.pt/conteudos/um-dia-com-dina-teresa/

Então comecemos pela placa toponímica da Rua do Capelão.


quarta-feira, 24 de abril de 2019

Igreja da Graça

Igreja da Graça - Considerada uma das mais belas Igrejas de Lisboa.

Interior

A Igreja da Graça e o convento foram fundados no século XIII, mais precisamente em 1291, para frades eremitas calçados de Sto. Agostinho, no Largo da Graça, em Lisboa. Estes foram reedificados no século XVI e restaurados após o terramoto de 1755 em estilo barroco, embora se tenha preservado o núcleo manuelino, constituído pelo baptistétio e pela capela, assim como o claustro maneirista.

No interior da Igreja da Graça destacam-se os azulejos dos séculos XVI, XVII e XVIII; o trabalho em talha dourada dos altares em estilo rococó e as esculturas setecentistas das capelas intermédias, a decoração barroca da sacristia, com o teto alegórico, o grande painel das Relíquias e o túmulo de D. Mendo de Fóios Pereira. Tanto a Igreja da Graça como o antigo convento estão classificados como Monumento Nacional.

daqui:
http://www.lisbonne-idee.pt/p3775-igreja-graca-considerada-uma-das-mais-belas-lisboa.html

Mouraria - Rua da Amendoeira

A Rua da Amendoeira foi no século XIX uma morada de Ana Gertrudes Severa, conhecida como "A Barbuda", uma prostituta da Mouraria, mãe da célebre Maria Severa Onofriana, já aqui referenciada.

Quero referir que esta parte da cidade de Lisboa está uma desgraça. Em 2013 foi inaugurado pelo presidente da Câmara de então, o hoje primeiro-ministro António Costa, vários retratos do fado de 26 fadistas expostos nas fachadas de prédios em ruas da Mouraria.

Deve ser sido a última vez que aqueles arruamentos estiveram em condições de receber visitantes.

Cada vez mais degradado, um dia a Mouraria, tal como aconteceu depois do terramoto, virá abaixo se não se tornar providências para requalificação do local.

... e lembrei-me quando por lá andei, da canção de Zeca Afonso "Meninos do Bairro Negro" tendo como 'pano de fundo' um dos bairros do Porto e onde ele em entrevista disse:

"A primeira vez que cheguei ao Porto depois de várias boleias era de noite… Num dos bairros da Ribeira, vejo quatro tipos a urinar para dentro de uma lata."

Aqui na Mouraria não urinavam para uma lata, mas qualquer canto servia para o efeito.

Afinal era que devia acontecer quando neste local da Rua do Capelão e arredores, era porta sim, porta não, e os marinheiros 'vazavam' águas depois de um encontro entre lençóis.

terça-feira, 23 de abril de 2019

Lisboa - Panteão e a Feira da Ladra

- O Panteão Nacional, criado por Decreto de 26 de setembro de 1836, encontra-se instalado em Lisboa, na Igreja de Santa Engrácia. Nele encontram-se os restos mortais de escritores, políticos, fadista (Amália Rodrigues) e futebolista (Eusébio da Silva Ferreira).

Houve um pedido para transladação de Zeca Afonso, mas deixem-no estar em paz no local que escolheu, uma campa rasa em Setúbal.

- A Feira da Ladra andou às bolandas por essa Lisboa. Esteve no Chão da Feira, ao Castelo, provavelmente em 1272, tendo mais tarde passado para o Rossio. É no ano de 1552 que surge uma primeira notícia da realização da Feira no Rossio, na Estatística Manuscrita de Lisboa. Em 1610 aparece a designação Feira da Ladra numa postura oficial.
Depois do terramoto de 1755 instalou-se na Cotovia de Baixo (actual Praça da Alegria), estendendo-se mesmo pela Rua Ocidental do Passeio Público.
Em 1823 foi transferida para o Campo de Santana, onde esteve apenas cinco meses, voltando para a Praça da Alegria.
Em 1835 voltou para o Campo de Santana, onde se conservou até 1882, antes de passar para o Campo de Santa Clara, às terças-feiras, e, desde 1903, também aos sábados.

fonte: wikipédia

Lá vende-se de tudo, mas já não é o que era. Qualquer feira por esse país tem, o que a Feira da Ladra vende.

quarta-feira, 10 de abril de 2019

Castelo de S. Jorge

O Castelo de São Jorge ou Paço da Alcáçova ou Paço de São Jorge, localiza-se na freguesia de Santa Maria Maior (Castelo), na cidade e concelho de Lisboa, em Portugal. O nome actual deriva da devoção do castelo a São Jorge, santo padroeiro dos cavaleiros e das cruzadas, feita por ordem de D. João I no século XIV.

Após a conquista de Santarém, as forças de D. Afonso Henriques (1112-1185), com o auxílio de cruzados normandos, flamengos, alemães e ingleses que se dirigiam à Terra Santa, investiu contra esta fortificação muçulmana, que capitulou após um duro cerco de três meses (1147). Uma lenda surgida mais tarde reza que o cavaleiro Martim Moniz, que se destacara durante o cerco, ao perceber uma das portas do castelo entreaberta, sacrificou a própria vida ao interpor o próprio corpo no vão, impedindo o seu encerramento pelos mouros e permitindo o acesso e a vitória dos companheiros.

fonte:Wikipédia

foto: vista sobre Lisboa, efeito Cyan


sem efeito

terça-feira, 9 de abril de 2019

Mouraria - Mural

Mural representando o fado vadio e Maria Severa.

"Maria Severa Onofriana (Anjos (Lisboa), 26 de Julho de 1820 — Socorro (Lisboa), 30 de Novembro de 1846) foi uma cantora portuguesa de fado, considerada a mítica fundadora do fado, caracterizada pelos seus fados lisboetas.

O seu pai era de etnia cigana, natural de Santarém e a mãe de Portalegre que, como outros pescadores da região, migrara para Lisboa. Atri­bui-se a essa ascendência cigana à sua beleza exótica e o seu cantar expressivo, que conquistou os boémios da capital. A mãe, Ana Gertrudes Severa, conhecida como "A Barbuda", era uma célebre prostituta da Mouraria e Maria Severa terá ingressado muito cedo na mesma profissão, depressa se distinguindo nesse meio, não só, e muito em particular, como seria de esperar em semelhante contexto, pela beleza trigueira, como ainda pelos dotes invulgares de cantadeira de Fado."

fonte: wikipédia

foto: mural um pouco degradado e, infelizmente, com grafiti